domingo, 6 de setembro de 2009

GRÊMIO FARRAPO


A tristeza que se instala em mim, não é o resultado do jogo – empate com um time altamente deficiente, em casa... com a GERAL... diante da GERAL. O que me entristece e preocupa é o abismo que há entre o que sempre foi o GRÊMIO e o que se afigura nos gramados, hoje, vestindo nosso manto. Confesso que tive uma visão psicodélica dos nosso jogadores todos de máscaras... metade deles com a cara do autuori e outra metade com a cara do duda...
Nosso time, que sempre foi temido, odiado e repudiado, hoje é o time da boa educação, da busca pela arte do futebol e da subordinação a um estilo de jogo que sempre fizemos questão de esmagar. Estamos cada vez mais distantes da nossa verdadeira identidade, cada vez mais antagônicos ao hino da nossa verdadeira pátria; estamos cada vez mais tupiniquins. E isto, hermanos, não me agrada! Tenho consciência da nossa paixão avassaladora e sei que nossa torcida jamais abandonará, mas a cada dia cresce mais o meu desejo de correr com este clã de aristocratas e senhores feudais que tomou conta do GRÊMIO. Ontem não vi sequer um dirigente, um conselheiro, no pátio garganteando suas palavras boçais e momentâneas. E assim será, enquanto formos representados por pessoas pra quem o GRÊMIO tem importância meramente pessoal; pra quem o GRÊMIO só serve de ligação, de ponte entre anonimato e status. Minha memória tem sido meu alento. E recordar todas nossas espetaculares conquistas – mesmo as mais subestimadas pelos amedrontados – me faz acreditar que temos todas as possibilidades de resgatarmos nossa alma farrapa. Mas este processo passará por uma luta pela qual me entregarei sem jamais me arrepender. E minha glória será levantar minha bandeira TRICOLOR com o orgulho que impulsiona meu GREMISMO.
Sou GREMISTA, sou GAÚCHA e não me entrego sem lutar!!!

Ana Vilches